4 de abril de 2011

Estrutura Interna

Proposição
A Proposição é a parte da obra em que o poeta declara aquilo que se propões fazer e indica, de forma sucinta, o assunto da epopeia que n’Os Lusíadas é tornar conhecidos os navegadores portugueses.
Invocação
A Invocação é uma parte comum às epopeias clássicas. Nesta parte da obra, Camões pede inspiração às Tágides (“E vós Tágides minhas, pois criado/ Tendes em mi um novo engenho ardente”), auxílio este que é necessário devido à extrema importância do assunto tratado.
Dedicatória
Nesta parte, Camões oferece/dedica a sua obra a D. Sebastião, tecendo elogios ao mesmo e indicando-o como a esperança da continuidade da epopeia (“Fico que em todo o mundo de vós cante,/De sorte que Alexandro em vós se veja,/Sem à dita de Aquiles ter enveja”). Esta parte não pertencia à estrutura das epopeias primitivas, surgindo como uma inovação de Camões, que reflecte o estatuto social e económico do poeta dependente de outrem, neste caso D. Sebastião.
Narração
A Narração começa in medias res e é a parte fundamental da obra, na qual se dá toda a acção. Nela, o poeta procura concretizar o que se propôs fazer na Proposição. A Narração divide-se em quatro planos:
- Plano da viagem: plano fulcral; o objectivo da epopeia é relatar a viagem de Vasco da Gama à Índia e exaltar este feito.
- Plano mitológico: plano secundário, criado devido ao perigo de monotonia da epopeia, pois os portugueses eram navegadores frios. Para além disso, é obrigatório, numa epopeia, introduzir-se a mitologia greco-latina.
- Plano da história de Portugal: Camões relata a história de Portugal, para enaltecer o povo português devido aos feitos previamente atingidos durante toda a história.
- Plano das considerações do poeta: Normalmente no final dos cantos, Camões reflecte sobre assuntos relacionados com os factos narrados, apresentando a sua opinião acerca dos mesmos.

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