3 de abril de 2011

Classicismo

Como consequência do Renascimento surge o Classicismo. O marco inicial do classicismo português é em 1527, aquando do retorno do escritor Sá de Miranda (que até então estava em Itália) que trouxe as ideias de renovação literária e poética (como o soneto). O período deste movimento encerra em 1580, ano da morte de Luís de Camões, e do domínio espanhol sobre Portugal.
Neste período os versos deixam de ser descritos em redondilhas (5 ou 7 sílabas poéticas) – que será a medida velha – e passam a ser escritos em decassílabos (dez sílabas) – medida nova. Alem disso, dá-se a introdução do soneto, 14 versos decassilábicos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos.
Alem das acima referidas, características do classicismo são: a imitação dos autores clássicos gregos e romanas da antiguidade, entre eles Homero e Virgílio (é evidente a semelhança entre os primeiros versos de Os Lusíadas de Camões, escritos no século XVI e Eneida de Virgílio, escritos na Antiguidade Clássica); o uso da mitologia, tal como nos clássicos renascentistas; o predomínio da razão sobre os sentimentos, procurando “filtrar” todas as emoções e sentimentos através da razão; o idealismo, a busca pela perfeição estética, os ideias de beleza, o homem ideal, como Vasco da Gama n’ Os Lusíadas, sendo o personagem central da epopeia, é apresentado sem defeitos, perfeito, dotado de virtudes admiráveis pelos próprios deuses; a pureza das formas, havendo uma rígida exigência quanto à métrica e rima, correcção gramatical e lógica; o platonismo, revivendo a ideia de Platão de que o amor deve ser puro e constituído por 3 princípios: racionalismo, idealização e espiritualismo; a busca pela universalidade e impessoalidade, pois as epopeias clássicas expressam verdades universais e eternas, glorificando feitos heróicos, como as grandes descobertas marítimas dos portugueses.
Camões foi o maior poeta português do Classicismo. Inspirou-se em Ilíada e Odisseia (lendas da guerra de Tróia) de Homero para a escrita d’Os Lusíadas.

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